segunda-feira, 8 de setembro de 2014

... mas ela(e) "curtiu" isso!?!?




Basta uma curtida fora do nosso padrão para julgarmos nossa futura presa. Supomos sermos superiores. Apenas nossos gostos e opiniões valem. Daí a guria (ou garoto) clica em curtir em algo que você ojeriza e "já era". Toda a história que você já havia romanceado na sua cabecinha começa a se pulverizar.

Todo o perfil real (e virtual) que você imaginou na pessoa vai por "lixeira" abaixo. Queremos relações com seres que gostam do que gostamos. Normal! Assim que se formam os grupos dentro da sociedade. Entendemos a frustração que é uma bela garota falando que adora os filmes do Owen Wilson. Ou aquele rapaz que ainda segue Big Brother como se fosse o novo Messias. Poderia ser pior: a(o) jovem poderia ser fã de sertanoj, ops... sertanejo universitário.

Pensamentos e apreciações contrários costumam afastar as pessoas. Não deveria ser assim - nem na Terra, nem no mundo da Google. Humildade e compreensão deveriam fazer parte da sua vida digital. Respeite o gosto alheio se você ainda quer contato com a moça que vai na Villa Mix. Não precisamos aceitar. Ninguém precisa... Só se você quer ser um(a) dominado(a) passivo(a).

Nossa linha do tempo no facebook ou qualquer outra rede social não é imutável. Temos o direito de "curtir" coisas que não gostamos pelo simples fato de querer saber mais sobre aquilo que não gostamos. Tenhamos a percepção de entender que não somos o que postamos. Não em 100%. Não é porque alguém tem simpatia pelo Jair Bolsonaro que quer a volta da Ditadura Militar. Nem toda pessoa que curte no pain, no gain gosta do cheiro de academia. Assim por diante

Antigamente, lê-se antes da internet, tentávamos modificar nossos futuros parceiros para o agrado pessoal. Estamos fazendo a mesma coisa com o perfil online alheio. O debate, o confronto são ótimas oportunidades para ficar próximo da pessoa almejada. Use as diferenças a seu favor. Existe a controvérsia de ideias? Demonstre inteligência, argumentos, capacidade de ouvir, seu autocontrole, ...


Texto também publicado em:
http://caiunaredeepost.wordpress.com/2014/09/08/mas-elae-curtiu-isso/


Ao som de:
Björk - My Favorite Things
Johnny Cash - Just One More
Tom Zé - Tribunal do Feicebuqui
Bezerra da Silva - Justiça Social

2 comentários:

Fábio Alves disse...

O maior erro, seja na internet ou fora dela, é qr impor nossa vontade ao outro. Um viva às diferenças!!!

Andresa Lee disse...

Muito legal tua reflexão, Daniel. Essa era digital, onde todo mundo é livre pra opinar sobre o que quiser, e a hora que quiser, acabou gerando um comportamento meio bizarro nas pessoas: o tal do ódio gratuito. É só vc prestar atenção em como as pessoas se sentem ofendidas quando se deparam com uma imagem/frase/comentário que vai contra o pensamento delas - e isso é com relação a qualquer coisa, até aquelas mais banais, tipo gosto musical ou até preferência pra filmes e livros.
Sou totalmente a favor de deixar os outros viverem e curtirem o que quiserem, seja na rede social ou fora dela. Lógico que sempre, mesmo que mentalmente, vamos julgar pessoas que gostam de coisas que não gostamos (como no teu exemplo: eu com certeza faço cara feia quando alguém diz que gosta de funk carioca ou sertanejo universitário... Mas tbm tem quem me olhe torto quando digo que gosto de rock). Sempre julgaremos e seremos julgados, e isso é, até certo ponto, saudável, pois molda quem somos e também nos permite refletir sobre as diferenças. Mas que isso não ultrapasse a liberdade do outro de gostar do que quiser gostar.
Ixi, acho que já falei demais, hahaha. Adoro textos que me fazem refletir!
Grande abraço,
La Vie de Lee

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