segunda-feira, 14 de julho de 2014

Livro - Piteco - Ingá


Não tenho o conhecimento teórico acerca das variações artísticas no que se refere aos quadrinhos. Contudo, tenho petulância suficiente para tentar ilustrar em palavras a qualidade excepcional da graphic novel Ingá que tem o cenário das histórias do Piteco como fundo. 

Maurício de Souza (dispensa apresentações) repassou o Piteco, personagem caçador pré-histórico, para Shiko: um multiartista que joga nas onze. Ingá é um homônino de uma cidade da Paraíba. Localidade que possui o primeiro monumento arqueológico tombado como patrimônio tupiniquim. As contracapas da revista em quadrinhos ilustram figuras rupestres semelhantes as da Pedra de Ingá real.

Piteco e sua tribo (o povo de Lem) sofrem com a seca de um rio. A trilho resolve partir e ir em busca de outro curso d'água que dê suporte para o cultivo de alimentos. Tuga, a enamorada de Piteco, é uma espécie de pajé-feiticeira de bem. Ela é raptada um dia da partida do seu povo. Homens-Tigres levaram-na acreditando na antiga crença de que ela, a feiticeira, seria a oferenda-sacrifício perfeita para acalmar a ira do chefe dos "Tigres". 

O personagem-principal, que nas histórias de Maurício de Souza preferiria lutar contra um T-Rex a ficar perto da Tuga, entra numa maratona digna de qualquer monomito (jornada do herói). Caminha grandes distâncias para encontrar sua amada. Piteco enfrentará diversos desafios quase tão desgastantes quanto a dúzia de mitos de Hércules.

Shiko teve a grande ideia de mesclar a Pré-História juntamente com o folclore nacional. Lendas e animais fantásticos se misturam a história/roteiro. Amor, aventura e mitologias foram colocados na medida exata para agradar jovens, e principalmente, os não tão jovens. 


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