quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Não vou mais ao cinema porque ...




Ouvindo o Rapaduracast 433 percebi que muitas das opiniões apresentadas no cast são parecidas (ou até mesmo idênticas) com o que penso sobre a qualidade do serviço prestado para os fãs da sétima arte. 

Os horários desrespeitos das sessões noturnas legendadas são proibitivas para pessoas que acordam às 07 horas (ou antes) para pegar no cabo da enxada. Tem que amar muito o ritual ir ao cinema para sair do cinema/shopping depois da meia-noite e dormir apenas 6 horas... Se você é jovem e consegue realizar tal façanha: parabéns. Aproveite que essa disposição passa mais rápido que as aparições do Stan Lee nos filmes da Casa das Ideias.

Sei que estou num protesto solitário contra as empresas de cinema. Há 4 anos não vou em estádio de futebol e os motivos são semelhantes. O amor pelas arquibancadas é menor que o meu amor pelo meu nome limpo. Preço caro nos dois entretenimentos. Vinte reais (valor médio de uma sessão no meio de semana) é um preço irreal. Acrescente ônibus/combustível do carro,estacionamento, lanche, ... Não estou falando do valor da meia entrada. Não estou estudando e há tempos parei de usar carteirinha do mercado paralelo por ideologia "bonzinho só se fode".

Não tenho mais paciência para aturar cinema cheio. Sala lotada é sinônimo de celulares tocando sem qualquer pudor. Exceção é que não atende ligação. Nem precisa ser uma ligação. A luz do visor acesa do aparelho da pessoa ao lado ou na frente respondendo freneticamente as mensagens do whatsapp tiram a força da experiência de assistir a um filme na tela grande. Como diria L. F. Veríssimo: "Os bárbaros venceram?". Sim, essa frase é dele mesmo.

Sala de cinema não é lugar para piquenique. Existe a área de alimentação sabia? Provavelmente todos os espectadores passam por uma área de restaurantes/lanchonetes antes de entrar na sessão. Temo, ou melhor, não temo pela pelas suas futuras diabetes. Barulho de gente sugando refrigerante, abrindo salgadinho/chocolate, mastigando pipoca como um animal irracional.

A cada ida ao cinema constatava que o pessoal gostava de conversar a cada cena - por mais insignificante que ela seja para a trama. Geral acha que está na sala de casa assistindo alguma porcaria com os brothers. Não; esse comportamento é o pior! A pessoa do seu lado não pagou pelo filme e por um comentarista em tempo real. Dispensamos o bônus inconveniente. Ahh, mas quem conversa gosta de ficar no fundo, então não fique no fim da sala. NÃÃOOO!!! Não é para conversar em nenhum lugar da &¨%$#@ da sessão.

Poderia citar vários outros fatores que atrapalham a imersão da experiência de assistir uma película. E todos esses problemas servem para todos os filmes. Seja alguma coisa do Almodóvar, Kubrick ou até mesmo do Michael Bay.

Infelizmente não vejo os modos do brasileiro mudando dentro das salas de cinema. Não em um curto prazo. A postura do brasileiro HUEHUE na internet está indo para o mundo real. Essa molecada adora zoar em qualquer momento por mais importuno que seja.

Tenho uma ideia para os cinemas: contratem um lutador de artes mistas. Deixem-no na última fileira apenas observando. O distinto cavalheiro lutador teria autorização para descer a mão em qualquer pessoa que incomodasse o coletivo. Seja por qual motivo for.

Pronto!
Agora pode me chamar de chato, coxinha, eleitor do psdb, elitista de m... Ou pode concordar comigo. Vai me dizer que você não passa raiva também? Ou talvez você seja o passador de raiva

Em tempo:
Cadê manifestação pela volta dos lanterninhas?

Texto também publicado em:
http://celsovane.com.br/blog/index.php/2015/08/20/280/

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