domingo, 28 de março de 2010

Construindo a História...


Tentativa frustrada de ilustrar o que foi que vivi ontem.

Pessoal do rock é tudo maconheiro, tudo um bando de folgado.

Não lutam por nada e fingem ser rebeldes mesmo não tendo motivos para tanto.

Quantas vezes, nós que gostamos de guitarras distorcidas e barulhentas, não ouvimos essas frases prontas. Paradigmas servem para ser estraçalhados; e foi isso o que ocorreu ontem durante mais de 07 horas por toda a cidade conhecida por suas ‘dupras sertanejas’. Nada contra o estilo (mentira, eu odeio – curto o modão tradicional), mas nunca vimos mobilização tão grande da classe artística, em especial a musical, ontem.

Ponto de concentração: Pça. Pedro Ludovico Teixeira, que ao passar dos anos perdeu o sentido de ser chamada de Praça Cívica. Muitos policiais para poucos manifestantes (até a saída da passeata/carreata), mas nada intimidador. Confusão não haveria porque era o 'pessoal do rock' - e não o povo do axé, nem do pop rock playboyzado. Nada verdade brigas não acontecem por estilo musical, mas por pessoas anencéfalas.

O fato dos organizadores ‘da parada’ não permitirem que políticos fizessem uso da palavra no trio elétrico foi de vital importância para a legitimidade do movimento. Movimento da sociedade, só a sociedade deve falar. Não incluo a classe política dentro desse mesmo balaio. Seria injusto com as pessoas comuns que trabalham 5 dias por semana, 8 horas (ou mais) por dia.

Desnecessário falar dos shows, mas destaco a banda Mugo que fez estremecer todas as casas/comércio da Av. Jamel Cecílio. Linda,também, foi a cena histórica dos manifestantes tomando ocupando a praça do relógio da mesma avenida citada anteriormente. Isso ao som do atual hino do rock goiano: "My Favorite Way" - Black Drawing Chalks. Dava pra ver nas faces dos artistas tocando (ou não) a satisfação desse episódio.

Claro que uma parcela das pessoas que ali não estavam nem um pouco se importando com o real motivo da bagaça (que era fazer barulho contra uma obra que custou 60 e alguns milhões , não está concluída e a população não tem acesso a tal). Querem apenas um motivo para saírem de casa para ouvir rock e beber cerveja. Porém, certamente as palavras de ordem exigindo a reabertura do Centro Cultural Oscar Niemeyer ecoaram em prédios em que moram pessoas que provavelmente nem sabiam da atual situação daquele trambolho localizado na saída para Bela Vista. E vão ecoar por um bom tempo dentro dos gabinetes políticos daqueles que realmente tem culpa e nada fizeram para a conclusão do espaço destinado a cultura goiana.

Parabéns a todos que suaram caminhando (lentamente, mas caminhando) atrás do carro de som da praça cívica até o elefante branco. Agora é esperar 105 dias para ver se as promessas das autoridades do Estado serão cumpridas ou se farão parte da grande maioria de anedotas que os eleitos geralmente contam para a população. Só que desta vez o povo não vai cair na mesma casca de banana.

Um comentário:

Alê disse...

nunca tinha visto nada igual.
Legal saber que a juventude não é tão acomodada quanto pensavamos

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